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Na Inglaterra, muita gente está escolhendo os seus pratos nos restaurantes de uma forma bem diversa da convencional. Na casa londrina Inamo, por exemplo, a gastronomia entrou na moderna era digital e, antes de passar pelo paladar, passa pelos dedos. A mesa não é de madeira, mas, sim, de aço, carbono e muitos eletrodos.

Ela possui a tecnologia Surface, da Microsoft, ou seja, é um computador-mesa com tela sensível ao toque, que se aloja sob uma tampa de plástico a resistir bravamente a tudo que sobre ela se derrame.

No interior dessa mesa há um computador de última geração, permitindo total interação entre o cliente e os serviços oferecidos. Da decoração da mesa aos ingredientes que comporão o prato, tudo funciona com o freguês clicando – na própria mesa. Por exemplo: não gostou da decoração? Aperte o botão do lado direito e escolha a cor e o tipo da toalha virtual que melhor lhe agrada. Já escolheu o prato, mas está em dúvida quanto à combinação do vinho? Aperte outro botão e o computador lhe mostrará qual a bebida ideal para aquela refeição.

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Ao final do pedido, feito cem por cento virtualmente, a imagem do prato aparecerá à mesa e o computador enviará via internet o pedido à cozinha. Para os clientes mais metódicos e cuidadosos, câmeras instaladas nesse ambiente podem transmitir todo o preparo do prato. "Enquanto a comida não chega, muita gente ainda se distrai jogando xadrez de modo virtual", diz o chef do Inamo, Anthony Tam. Sempre há, é claro, os que se excedem na bebida alcoólica. Sem problemas: também um táxi pode ser chamado com um toque no tampo da mesa.

A sofisticada moda da gastronomia digital também faz sucesso na cidade espanhola de Barcelona – e se pluga diretamente ao Brasil. É da Espanha que os irmãos catalães Javier e Sergio Martinez comandam, em São Paulo, o restaurante eñe. Duas câmeras minúsculas apontam para o salão e a cozinha, enquanto outras três webcams ficam direcionadas para o fogão, a bancada e o espaço de preparo dos pratos.

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Frame, em Israel
Os proprietários do restaurante digital de Tel-Aviv afirmam que equipamentos com tecnologia touch screen, sensível ao toque, elevaram em 15% o número de clientes

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Alimentari, no Brasil
O chef Sérgio Arno passou a oferecer dicas gastronômicas através da transmissão de conteúdo conhecida como bluetooth. Agora, os clientes conhecerão parte do segredo de sua culinária

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O alemão Baggers
Via internet, os clientes fazem os pedidos em cardápio eletrônico. Não há garçons. No momento de serem servidos, os pratos deslizam diretamente da cozinha através de espirais

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O restaurante inglês Inamo
O tampo da mesa é digital e nele o cliente harmoniza vinhos com pratos, joga xadrez e pode até chamar um táxi quando se excede na bebida alcoólica.

"Vamos ao Brasil quatro vezes por ano para acrescentar receitas", diz Javier. Para controlar a equipe, duas vezes por semana eles fazem reuniões virtuais via mensageiro instantâneo. "Vigiamos tudo a distância. É muito prático trabalhar assim."

A praticidade dos restaurantes digitais deu ao israelense Frame, em Tel-Aviv, um aumento de clientela na casa dos 15%. Isso se deve ao sistema e-Menu: a tela digital em cada mesa que substitui cardápio e garçons. No embalo do e-Menu, o bistrô alemão Baggers, em Nuremberg, segue essa tendência. E, em São Paulo, o chef Sérgio Arno também se vale da tecnologia para inovar: ele acaba de criar um sistema através do qual os frequentadores da casa recebem em seus celulares as receitas do cardápio assinadas por ele. A ferramenta usada será a transmissão de dados a distância via bluetooth. A fonte emissora, neste caso, é o simples notebook do restaurante.