08/04/2009 - 10:00
O PODER DA BOLA Os jogadores têm doenças como depressão e síndrome do pânico
A ideia de criar a Positive Mental Attitude Sports Foundation – Fundação de Esportes para Atitude Mental Positiva – foi da terapeuta ocupacional Janette Hynes, de Londres. Com base em sua experiência profissional na assistência a doentes mentais, ela percebeu que aqueles beneficiados por uma boa rede de contatos sociais e atividade física apresentavam melhora significativa. Janette somou a essa percepção sua paixão pelo futebol – ela mesma pratica o esporte há anos – e resolveu fundar o primeiro time.
Isso foi em 2005. De lá para cá, a ideia ganhou corpo. Hoje, são 18 equipes, divididas em três divisões espalhadas pela Inglaterra. Ao todo, participam dos jogos 453 pacientes. "E continuamos a crescer", contou à ISTOÉ Peter Smith, um dos coordenadores da liga. "Há seis novos times em formação." As partidas não seguem o modelo convencional. Elas duram 30 minutos, em vez dos 90 tradicionais, e as equipes são compostas por homens e mulheres. A frequência dos jogos depende da disponibilidade dos participantes, mas costuma ser em média de uma vez por semana.
Um último balanço feito pelos organizadores trouxe à luz resultados animadores. Em um dos times, o Hackney, a maioria dos 15 jogadores reportou progressos em diversos aspectos dez meses após o ingresso na liga. "Mais de 70% deles estavam tomando menos medicação e mantinham relações mais saudáveis com a família e os amigos", disse Smith à ISTOÉ.
As explicações têm uma raiz: o esporte aproxima os pacientes e, principalmente, os impulsiona a manter um estilo de vida saudável. "Além disso, melhora a autoconfiança e libera substâncias que aumentam a sensação de bem-estar", explica Franco Noce, consultor do Comitê de Paraolimpíadas Brasileiro e responsável pela preparação psicológica dos times de futebol com deficientes visuais e portadores paralisia cerebral.