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US$ 2 BILHÕES
é o valor arrecadado pela bilheteria do espetáculo em todo o mundo

 

O musical britânico Mamma Mia! não tem o luxo de “O Fantasma da Ópera”, uma das montagens mais caras de todos os tempos, nem a grandiosidade de “Gypsy”, que reproduz em cena três décadas de história. Ainda assim, o espetáculo registra internacionalmente a maior bilheteria da história dos musicais em menor tempo de exibição: após 11 anos em cartaz, já alcançou a cifra de US$ 2 bilhões em todo o mundo. A história-tributo às canções do grupo sueco Abba foi montada em 30 países e traduzida para 14 idiomas. Tanta popularidade fez com que o cinema fosse um caminho natural: em 2007 foi lançado o filme homônimo protagonizado pela atriz Meryl Streep. O segredo do sucesso? O show é pop, sensível, ágil e aborda as dores humanas com humor e delicadeza. Para o canadense Robert McQueen, diretor da produção na Broadway, no México e em São Paulo, o que conquista em “Mamma Mia!” é o enredo, baseado no texto de Catherine Johnson. “Em vez de ser simplesmente um tributo ao ABBA, priorizou-se uma narrativa em que a sucessão de canções rende uma bela e coerente história”, diz ele. E com humor.Troca-se a tradicional marcha nupcial pelo hit “Dancing Queen” da mesma forma que se transforma o conflito de gerações em um diálogo fluente: após a tensão, as emoções são representadas ao som de clássicos do Abba, como “S.O.S”, “The Name of the Game” e “Super Troupper”, numa catarse dos dramas da vida.

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AO SOM DE ABBA
Cena do musical formado por cantores, atrizes e bailarinos brasileiros
que estreia no País após 12 anos de sucesso no Exterior

 

Uma grande comemoração movida a muita música celebra a compreensão de que nossas dores são universais – incluindo aí a de nossos pais. A narrativa começa com a grande dúvida de Sophie (Pati Amoroso): aos 20 anos, ela vai se casar e quer saber quem é o seu pai. Sua mãe, Donna (Kiara Sasso), que se envolveu com três homens durante os festivos anos 1970 não sabe quem é nem quer saber. A filha, então, às escondidas, convida os três possíveis pais para o seu casamento. Sophie precisa encarar o seu futuro sob a luz do passado da sua mãe; Donna tem de olhar para o que viveu e reavaliar suas escolhas futuras diante do presente de sua filha. “O musical tem como preocupação primeira contar uma boa história e utiliza a música para isso”, diz McQueen. Em meio a uma briga com um de seus maridos, por exemplo, Donna diz que não vai falar do passado. Começa, então, “The Winner Takes It All”, música que traz uma fala que tem tudo a ver com o musical: “Eu não vou falar sobre o que vivemos.” As cenas vão se encaixando perfeitamente à medida que a narrativa dramática evolui. As músicas, até porque são peças fundamentais para o entendimento da narrativa, foram todas traduzidas para o português. E os movimentos e a coreografia também são adaptados ao Brasil. “Todo país tem seu próprio jeito de dançar. No México, eles são mais apimentados. Aqui, fazem movimentos circulares e sensuais”, diz a coreógrafa americana Janet Rothermel. “A coreografia muda porque incorporamos os elementos de cada país.” A produção brasileira teve de seguir à risca as orientações da produção original e isso afetou especialmente o modo de interpretar as canções. Desafio maior na opinião da atriz Raquel Ripani (intérprete de Tanya): “Tive de reaprender a cantar músicas que já conhecia há tempo. Afinal, quem nunca cantou e dançou as músicas do Abba?”

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