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Na posse da mulher, Cristina (abaixo), e num gesto
de retribuição à sua popularidade
 

Um infarto matou na quinta-feira 27 o ex-presidente da Argentina Néstor Carlos Kirchner, 60 anos, marido da atual presidente do país, Cristina Fernández. Ao chegar em 2003 à Casa Rosada, sede do governo, ele assumiu uma nação de indústrias sucateadas e desemprego nas alturas. Quatro anos depois, ao deixar a Presidência, tinha 55% de aprovação popular e conseguiu fazer de sua mulher a sua sucessora. A popularidade de Néstor Kirchner deve-se, também, à fi rmeza com que aboliu as leis que impediam o julgamento dos responsáveis pela violenta repressão aos opositores políticos da ditadura militar (1976-1983). Ver punidos aqueles que torturaram e mataram no período do arbítrio é ainda uma das principais reivindicações dos argentinos, historicamente um povo de forte formação de cidadania. “Kirchner foi solidário conosco na resolução dos confl itos gerados pela ditadura”, disse com exclusividade à ISTOÉ Vera Zarach, uma das mães que fundaram a organização Mães da Praça de Maio (exigem a punição dos algozes de seus fi lhos). A popularidade do casal, no entanto, começou a cair por causa das divergências com setores do agronegócio e dos confl itos com os donos de veículos de comunicação. Néstor Kirchner era um dos nomes mais cotados para novamente disputar a eleição presidencial pelo Partido Peronista no ano que vem.

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