O excesso de agressão marcou uma das campanhas eleitorais mais virulentas dos últimos tempos. Ofensas pessoais de lado a lado. Deslealdade no levantamento de temas pouco representativos para um governante. Falsas promessas de campanha. Escândalos e mais escândalos desembrulhados nas duas frentes. Eis a síntese da contenda entre Serra e Dilma. O nível de baixaria indignou o eleitor. A tentativa de denegrir a imagem um do outro, em que a retórica dos candidatos limitava-se a classificar as ideias do adversário como mera mentira, tirou as chances de o brasileiro confrontar as diferentes propostas colocadas à sua escolha. Sobrou desfaçatez, dossiês de última hora, exploração marqueteira de assuntos como o meio ambiente, discussões banais sobre bolinha de papel e fita crepe. É sabido, o PT e o PSDB já comandaram o País por oito anos cada um. Onde estão as realizações e falhas praticadas nas duas gestões e como outras, no mesmo caminho, podem se desenrolar lá adiante? O que as duas siglas fi zeram nesses períodos alternados de poder constitui um excelente material para a análise fria dos brasileiros que querem e precisam comparar as diferenças e as vantagens de cada modelo antes de conceder o seu voto. A revista ISTOÉ mergulhou fundo no levantamento estatístico dos números que lastrearam os oitos anos de governo do PSDB e os oito anos de governo do PT, em vários temas relevantes que levaram ao desenvolvimento do País nesse período. A partir dele é possível tirar fundamentadas conclusões para exercer a democracia na urna. É um material farto, esclarecedor, demonstrando que, muito além da agenda apelativa, não faltam bandeiras relevantes tanto para a oposição como para a situação. O imenso capital social e econômico que o Brasil logrou nesses 16 anos deve ter continuidade, de uma maneira ou de outra, a partir da soma dos êxitos. Sem disputas covardes ou alegações esquizofrênicas. No limite da civilidade, do respeito mútuo, da discussão que engrandeça as virtudes e não desvirtue os fatos, dentro das regras da boa convivência e da ética nas relações. Afi nal, são os dois candidatos, Dilma e Serra, exímios representantes de um mesmo Brasil.


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