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 O ex-diretor da Dersa  – empresa responsável pela manutenção das rodovias paulistas – Paulo Vieira de Souza permitiu que a empreiteira que construía o trecho sul do Rodoanel na grande São Paulo fizesse alterações no projeto, o que incluiu o uso de materiais mais baratos. O acordo foi feito para que a obra fosse entregue em um prazo menor. O objetivo era terminar o trecho até abril deste ano, quando o então governador do Estado José Serra iria deixar o cargo para concorrer à Presidência da República. Paulo Preto teria sido admitido na Dersa justamente com a missão de impedir que o atraso na obra prejudicasse a imagem do candidato.
O Ministério Público Federal avaliou que o acordo feito por Paulo Preto e as mudanças na obra tornaram impossível verificar se o trecho do Rodoanel foi feito dentro do planejamento financeiro previsto. A intervenção da Dersa mudou radicalmente as regras de pagamento das construtoras, que passaram a receber um valor fechado de R$ 2,5 bilhões, em vez do pagamento calculado pela quantidade e tipo de material usado. Como não era mais o governo que arcava diretamente com o valor, as construtoras levariam vantagem caso usassem suprimentos mais baratos.
A Dersa afirma que exigiu que a qualidade original fosse mantida, mas auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) observou “alterações significativas” na execução. Uma das mudanças notadas foi adoção de concreto pré-moldado, material mais barato. A Dersa ainda afirmou que o novo contrato resultou em um desconto de R$ 100 milhões, equivalente a 4% da obra. Mas o valor acabou se perdendo em um extra de R$ 264 milhões que as empreiteiras conseguiram em setembro 2009, apesar de terem concordado em receber pelo valor fechado. O Ministério Público Federal teve que intervir e fazer com que ambas as partes assinassem um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) para impedir “pagamentos indevidos”.  Dois meses depois, vigas da obra do trecho sul do Rodoanel desabaram sobre carros, deixando três pessoas feridas.
O nome de Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, tem sido o calcanhar de Aquiles do candidato tucano desde que foi mencionado pela candidata do PT, Dilma Rousseff, em um debate na Band. A petista se baseou em reportagem da ISTOÉ que revelou um esquema orquestrado por Paulo Preto para desvio de R$ 4 milhões da campanha tucana.

 

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