O Encontro das Águas venceu a primeira batalha. Por ora, o local onde as águas escuras do rio Negro se misturam às do rio Solimões para, mais à frente, formar o rio Amazonas, está protegido. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tombou provisoriamente uma área de 30 quilômetros quadrados onde se dá o fenômeno. A proteção surge em função da obra do Porto das Lajes, a 2,4 quilômetros do fenômeno e orçada em R$ 220 milhões, mas embargada há cinco meses por falta de licenciamento ambiental. Idealizado para servir à Zona Franca de Manaus, o porto ficaria próximo ao Encontro das Águas e ao lado de um sistema de captação de água. O temor do Ministério Público é claro: que a obra destrua o fenômeno e contamine a água que abastece 300 mil pessoas. Caberá ao conselho consultivo do Iphan nos próximos dias a decisão final sobre o tombamento e o que fazer com a obra iniciada.