Dentre as imagens de tragédia, aquelas que mostram pais pranteando filhos mortos são as mais tocantes. Não há quem fique indiferente diante
do sofrimento materno. E quanto mais fotogênica a mãe, maior parece ser a dor que sente. Não por acaso, em O enviado (Godsend, Estados Unidos, 2003), estréia nacional na sexta-feira 24, o diretor Nick Hamm escolheu a bela Rebecca Romijn-Stamos para viver Jessie Duncan, fotógrafa nova-iorquina que vê seu filho Adam (Cameron Bright) ser esmagado por um carro no dia em que completava oito anos.

Ela e o marido, o pacato professor Paul (Greg Kinnear), são abordados logo após o enterro do filho pelo professor Richard Wells (Robert De Niro). Médico de infertilidade, Wells lhes faz uma proposta assombrosa. Propõe-se a criar um clone de Adam, desde que os Duncan mantenham segredo, mudem-se para a tranquila Vermont, onde o médico mantém sua clínica, e vivam com discrição. Após algum vacilo, o casal concorda e tudo vai bem até o oitavo aniversário de Adam “2”. Em vez do irmãozinho, o garoto mais parece ter sido clonado de Damien, personagem de A profecia. Seus delírios se confundem com a realidade, arrastando a tranquilidade familiar e o próprio filme para o poço dos abacaxis. Com toda a sua placidez, nem De Niro consegue disfarçar a falta de profundidade de seu personagem.