Correria nas telas é uma especialidade americana. Mas em A supremacia Bourne (The Bourne supremacy,
Estados Unidos, 2004), com estréia nacional na sexta-feira 24, a trama agitada poupa o espectador dos exagerados efeitos de computação gráfica que obrigam atores a contracenar com o nada em cenários azuis. Segundo título da franquia inspirada na obra de Robert Ludlum, o filme de Paul Greengrass consagra Matt Damon no papel de Jason Bourne, criado em A identidade Bourne, de 2002. A história dá sequência ao título anterior, mas se mostra muito mais alucinante.

Parcialmente recuperado do trauma que lhe provocou amnésia, Bourne vive
em paz com a namorada Marie (Franka Potente), em Goa, Índia. O paraíso é destroçado pela chegada de um assassino, obrigando Bourne a encarar seu passado de agente secreto em cidades como Nápoles, Berlim e Moscou. Nesta última, uma perseguição de carros acaba causando mais estragos à cidade do que décadas de corrupção no Kremlin. Contando com a participação da excelente Joan Allen como diretora da CIA e de atores do filme anterior, como Brian Cox e Julia Stiles, A supremacia Bourne recupera o conceito de cinema espetáculo. No papel de Bourne, Damon – que já foi um criminoso frio e sedutor em O talentoso Ripley – se mostra um assassino mais efetivo do que o vivido por Tom Cruise em Colateral. Exceto no quesito sorriso, é claro.