O Brasil é hoje um dos maiores celeiros de piratas digitais do planeta. De acordo com especialistas, dos dez grupos de criminosos virtuais mais ativos na internet, oito são brasileiros. Calcula-se que, no primeiro semestre deste ano, as fraudes financeiras na rede representaram um prejuízo de R$ 50 milhões, mais do que o registrado em assaltos a bancos. Para discutir os crimes virtuais, a Polícia Federal organizou na semana passada, em Brasília, a 1ª Conferência Internacional de Perícias em Crimes Cibernéticos. Participaram mais de 500 especialistas, de 20 países.

A integração internacional, segundo os organizadores, é fundamental para o combate efetivo dos crimes na rede. “É a nova realidade do mundo. Precisamos nos unir, já que a internet permite que o hacker brasileiro use um site de outro  país para agir”, diz Sérgio Luis Fava, perito criminal federal. Um dos maiores problemas do Brasil é a falta de legislação específica que coíba as fraudes eletrônicas. “A tecnologia avançou mais rápido do que as leis. Isso abre espaço para a ação dos hackers”, afirma Fava. Até que criem novas leis, todo cuidado é pouco na hora de acessar a rede.