Exercícios de alongamento costumam ser obrigatórios para quem sofreu alguma lesão no corpo e precisa recuperar os movimentos e fortalecer as articulações. Nem sempre, porém, é simples realizá-los. A dificuldade ocorre principalmente quando o membro a ser trabalhado está enrijecido ou comprometido a ponto de provocar dor apenas de imaginar uma esticadinha. Mas a atividade pode ser facilitada com a ajuda de um aparelho
curioso. O Moving Hands (mexendo as mãos, em inglês) é uma engenhoca desenvolvida pelo professor de teatro João Leite Filho, de São Paulo. Ele é constituído por dois blocos em formato oval, sendo que cada lado possui furos nos quais se encaixam os dedos das mãos. As partes são unidas por um pino giratório que possibilita movimentá-las e, assim, realizar uma série de exercícios, com o acompanhamento de um profissional.

Não é a primeira criação de Leite Filho. Em 1998, para que seus alunos treinassem a postura, ele inventou uma traquitana parecida com o cilindro usado em shows de equilibristas. É o Roll Over, que virou objeto terapêutico, auxiliando na reabilitação motora de pacientes que sofreram cirurgia de joelho. Desde então, o professor pegou o gosto de criar artefatos do gênero. O Moving Hands já foi aprovado por instituições de destaque, como o Hospital das Clínicas de São Paulo. O aparelho permite alongar e recuperar os movimentos de braços, cotovelos e ombros prejudicados por problemas como artrose e lesão por esforço repetitivo (LER).

Mulheres que passaram por mastectomia (retirada do seio) também se beneficiam. Isso porque uma das sequelas relacionadas à cirurgia é o inchaço dos braços. O Moving Hands permite que o alongamento desses membros seja executado com maior intensidade. “O modo como as mãos ficam presas no aparelho faz com que o trabalho seja mais intenso”, explica o fisioterapeuta Wilker de Abreu Duque, que testou o aparelho. O Moving Hands não está sendo usado apenas como ferramenta terapêutica. Ele foi incorporado à coreografia de danças. A companhia Emoção, de Jundiaí (SP), adotou o instrumento. “Além de trabalhar a musculatura e a força, o aparelho ajuda no aperfeiçoamento de movimentos novos para a dança”, afirma o coreógrafo e professor Carlinhos Faustine.


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