Perfumar a casa com óleos essenciais – extraídos de plantas – tornou-se hábito comum. Lavanda traz alegria e capim-limão relaxa. Conhecido como aromaterapia, o método usa os cheiros para melhorar o bem-estar. Agora, ele está saindo dos lares para entrar nos espaços de trabalho. Consultórios, lojas e empresas são alguns dos locais que começaram a aromatizar os ambientes. Os objetivos vão desde estimular a concentração até aumentar a produtividade do funcionário.

Aplicada em locais como esses, a técnica ganha o nome de aromacologia (aromatização dos ambientes). Ela usa a combinação de cheiros, propagados na maioria das vezes por difusores elétricos. Podem ser usadas essências puras e sintéticas (criadas em laboratório). A mistura de óleos dependerá do objetivo que se quer alcançar. “É importante traçar o perfil do cliente e do funcionário para fazer a composição adequada”, explica a aromaterapeuta Karina Araújo, proprietária da Originallis, no Rio de Janeiro, fabricante de essências.

No consultório da nutricionista Bia Rique, do Rio, a meta dos clientes é perder peso. Por isso, há quatro meses ela apelou à aromacologia para auxiliá-los nesse objetivo. A mistura escolhida inclui capim-limão (para diminuir a ansiedade) e menta (ajuda na digestão). O investimento está dando resultados. “As clientes relatam que se sentem mais tranquilas quando chegam aqui”, conta Bia.

Os consumidores também estão tirando proveito da aromacologia. Quem frequenta a loja Mixed, no Rio, por exemplo, é surpreendido por um aroma de gerânio, tangerina e lavanda. A miscelânea estimula a feminilidade e traz alegria e bom humor. “Queremos que o cliente se sinta tão bem na loja quanto se estivesse em sua casa”, afirma Christianne Magalhães, supervisora das lojas da rede no Rio. Outra que apostou na idéia foi a também carioca Cribb, especializada em roupa de ginástica. Há oito meses, a clientela sente o cheirinho dos óleos ylang-ylang, lavanda e gerânio que despertam a sensualidade, o bom humor e a tranquilidade.

Na Escola Ninho da Criança, no Rio, a aromacologia é usada para aumentar a atenção e a concentração das crianças. Patchouli, laranja e capim-limão são alguns dos cheiros, borrifados duas vezes aos dia. “Queremos desenvolver todos os sentidos da criança. Os móveis são feitos de madeira para sensibilizar o tato. E o aroma estimula a capacidade olfativa”, explica Rona Hanning, diretora pedagógica da escola.

Nas empresas, além de estimular o empregado, os cheirinhos podem ser adotados para um fim específico. Durante o treinamento de equipes, por exemplo, pode-se aspergir aromas para aflorar as sensações. “Usamos óleos essenciais para despertar a criatividade”, conta a aromaterapeuta Silvia de Castro, de São Paulo. Na Pretty Spa, especializada na fabricação de banheiras para spas, desde fevereiro a área administrativa da empresa é aromatizada com essências cítricas para aumentar a disposição. “No início achava que os aromas funcionariam apenas como um perfume. Mas percebi que melhorou o pique do grupo para trabalhar”, afirma Adelino de Oliveira Neto, proprietário da companhia. Pensando no bem-estar de seus clientes, o escritório Design Place, em São Paulo, também aderiu ao método. A empresa inclui a aromatização nos seus projetos de arquitetura. “As essências fazem parte da composição dos ambientes e são escolhidas de acordo com o desejo de cada um”, explica o arquiteto Lionel Sasson. Um exemplo é uma sala de descanso pós-sauna que ele está criando. O espaço contará com um piso aquecido do qual sairão aromas para relaxamento.