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Assista ao trailer de "A Lenda dos Guardiões" no player acima
 

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NÚMEROS DA LENDA

US$ 80 milhões
é o custo do filme,
realizado em três anos

US$ 30 milhões
foi a bilheteria da
animação nos EUA
em duas semanas

15 livros
compõem a saga “A Lenda dos Guardiões”
(capa abaixo), de Kathryn Lasky

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A popularização das animações digitais está gerando um novo tipo de blockbuster em Hollywood: o filme infantil para adultos. O mais novo exemplo do gênero é “A Lenda dos Guardiões”, em cartaz no Brasil desde a sexta-feira 8. Sua história, uma narrativa épica envolvendo a luta do bem contra o mal no mundo das corujas, foi tirada de uma série de livros infantis de sucesso nos EUA. Mas o tratamento sombrio dado à fabula pelo cineasta Zack Snyder, de “300” e “Watchmen – O Filme” se mostra mais apropriado ao público adulto do que às crianças, especialmente aquelas de menor idade. Corujas são aves noturnas, detalhe que levou o enredo a ser ambientado durante a madrugada – e o escuro, convenhamos, não é tão atrativo para o público infantil. Outro elemento que leva a meninada a ficar perguntando aos pais o que está se passando na tela é que, na trama, existem diversos tipos de aves do gênero – elas são belíssimas, de plumagem e movimentos fantásticos, mas em cenas de ação se torna difícil diferenciá-las. Pior que a dúvida dos pequenos é o medo que algumas passagens mais violentas pode causar: o auge do desenho animado acontece quando as corujas do bem (os Guardiões) lutam com as corujas do mal (chamadas de Puros, numa referência ao nazismo). Com ­armaduras de ferro e garras afiadas de metal, as aves se digladiam em acrobacias e golpes coreografados que provocam faíscas em razão do atrito.

Essa batalha é resultado de um feito heroico. Uma corujinha muito corajosa chamada Soren se impõe a tarefa de voar até a distante árvore dos Guardiões (grupo de líderes espirituais) para pedir que eles deem um basta no que está acontecendo com a sua espécie. Todos os filhotes da floresta estão sendo raptados pelos Puros e adestrados para se tornarem soldados. Os que não são predadores são transformados em escravos e encarregados dos resíduos que esses pássaros regurgitam – ossos e peles de ratos e outros animais silvestres. Soren estava entre as aves “inferiores” apreendidas, mas consegue fugir com alguns amigos que fez no campo de trabalhos forçados. Seu irmão mais velho, Kludd, também sequestrado, optou por ser um guerreiro alado, reeditando uma competição no estilo de Caim e Abel – a briga dos irmãos, que encaminha para um fratricídio, não chega a ser tão chocante como a morte da mãe de Bambi no desenho da Disney, mas é também dramática.

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OUSADO
O diretor Zac Snyder trata
da rivalidade entre irmãos

 

Pai de seis garotos, Zac Snyder diz que fez “A Lenda dos Guardiões” porque os meninos viviam perguntando quando iriam ver um de seus filmes. Ele se defende do tom pesado dessa sua primeira animação, que envolve sentimentos de inveja, traição e vingança, afirmando que teve em mente uma aventura de ação normal. E é aí que “A Lenda dos Guardiões” marca pontos. Capitaneada pela empresa Animal Logic, de “Happy Feet – O Pinguim”, a produção se favorece de softwares que possibilitam um traço hiper-realista na textura de plumagens e consegue efeitos impressionantes quando as corujas enfrentam tempestades e ventanias. Outro ganho técnico é o uso do foco na cabeça das aves, que se destaca do fundo e torna tudo mais intenso. É, com certeza, aquele tipo de filme em que um adulto tem prazer de se sentir criança.

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