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SIGILO
O hall de entrada da CIA e a capa da obra sobre
segredos de mágica para espiões (abaixo)
  

O mágico americano John Mulholand (1878-1970) equiparava a sua profissão, de forma elogiosa, à atividade – e habilidade – de jogadores trapaceiros e batedores de carteira. Mais tarde, acrescentou à sua lista um grupo de homens especial: os espiões da CIA, a Agência Central de Inteligência dos EUA. Em 1953, durante a Guerra Fria, Mulholand foi contratado pelo governo americano para ensinar os agentes a ocultar objetos, colocar drogas na bebida do inimigo e se comunicar com os colegas sem levantar suspeitas, entre outras dissimulações. Reuniu todos os truques em dois guias ilustrados – um sobre manipulação e outro com técnicas alternativas de comunicação. Acreditava-se que todas as cópias desses livros haviam sido destruídas em 1973, junto com documentos relacionados a um programa da CIA cujo objetivo era reagir às supostas técnicas soviéticas de controle da mente. Agora, porém, volumes intactos foram descobertos, perderam a confidencialidade e acabaram reproduzidos no livro “CIA – Manual Oficial de Truques e Espionagem” (Lua de Papel), escrito pelos consultores H. Keith Melton e Robert Wallace.

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Os métodos heterodoxos usados no combate à ameaça comunista foram destinados à primeira geração de agentes secretos, já que a CIA passou a existir em 1947. Os espiões aprenderam, por exemplo, a se comunicar por meio dos próprios sapatos e, dependendo da maneira como amarravam os cadarços, passavam mensagens cifradas como “tenho informações para você”. Os guias também ensinam a dobrar um papel com uma única mão, reduzindo seu tamanho em até 16 vezes. Há instruções para as mulheres: o artifício de esconder drogas em caixas de fósforo para colocá-las na bebida do inimigo não funcionava para elas, segundo o mágico, uma vez que mulheres não carregavam tais caixas porque raramente acendiam seu próprio cigarro ou o de um homem.

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ILUSIONISMO
Mulholand ensinava como
sumir com coelhos e documentos