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As eleições para o Senado no Rio de Janeiro sempre foram disputadas palmo a palmo. Em 2006, por exemplo, Francisco Dornelles (PP) ultrapassou Jandira Feghali (PCdoB) na última semana de campanha. Esse quadro está se repetindo agora. O carioca, pelo visto, já tem sua preferida para a Presidência da República, que é Dilma Rousseff (PT) e já escolheu seu candidato para governar o Estado: o atual governador Sérgio Cabral (PMDB). Mas ainda não se definiu na eleição para o Senado. Nos últimos dias, foi registrado o forte avanço do ex-prefeito de Nova Iguaçu Lindberg Farias (PT) e do deputado estadual Jorge Picciani (PMDB). A última pesquisa Ibope mostrou um crescimento de 4 pontos percentuais de Lindberg, que ostenta agora 28% de apoio, emparelhando com o ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM), com 30%, e o senador Marcelo Crivella (PRB), com 34%. Picciani, por sua vez, chegou a 22%, o dobro do início da campanha. “Mantidas as condições atuais, podemos ter os quatro candidatos tecnicamente empatados”, diz o presidente do Instituto Brasileiro de Pesquisas Sociais, Geraldo Tadeu Monteiro.

O crescimento de Lindberg está ligado ao peso de seus cabos eleitorais. Além do apoio do presidente Lula, o ex-prefeito de Nova Iguaçu tem a seu favor a atuação do ex-ministro José Dirceu, que tem se empenhado pessoalmente em levantar recursos para a campanha. Não por acaso, Lindberg é hoje campeão de arrecadação, com R$ 4,1 milhões em doações. Picciani, por sua vez, conta com o apoio direto e ostensivo do governador Sérgio Cabral (PMDB), que nos últimos dias mobilizou um exército de prefeitos do interior fluminense para a campanha do aliado. “Ele montou uma estrutura bem azeitada”, avalia o cientista político Geraldo Monteiro.

A vantagem do senador Crivella é ter conseguido a unidade dos evangélicos em torno de seu nome. Corre sozinho nessa raia. O problema é que a Justiça Eleitoral proibiu o candidato de aparecer ao lado de Lula. “Crivella perdeu muito por ter sido impedido de usar a imagem do presidente no programa eleitoral”, diz o cientista político Fabiano Santos. Já Cesar Maia, apesar do recall, carrega o desgaste de sua administração anterior. E também é empurrado para baixo, no rastro do fracasso da candidatura do tucano José Serra no Rio de Janeiro. Para Santos cerca de 30% dos eleitores continuam indecisos, o que vai beneficiar os dois candidatos novatos, Picciani e Lindberg. Ele acredita que ganhará a eleição quem tiver mais fôlego – e dinheiro – nas últimas semanas.

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