Cinco quartos, sendo duas suítes, ampla sala de estar com formas arredondadas, home theater e tevê com tela de cristal líquido, sistema de climatização em todos os ambientes, cozinha completa. Não, não se trata da descrição de nenhuma casa situada em bairros nobres. As descrições acima são, na verdade, das acomodações de um dos mais luxuosos iates do mundo. Projetado pelo designer italiano Stefano Righini para ser uma espécie de mansão flutuante, o Intermarine 560 Full tem 56 pés ou 17 metros de comprimento, dois motores de 715 HPs e foi produzido com o que há de mais moderno e avançado em tecnologia náutica. Feito sob medida para os endinheirados que podem gastar até R$ 3 milhões (a versão mais sofisticada), o barco vem com decoração requintada, móveis esculpidos em madeiras nobres e tecidos em couro. É o sonho de muitos mortais. Não é à toa que será a principal atração da sétima edição do São Paulo Boat Show, que abre suas portas na quarta-feira 20, no Expo Center Norte.

A atração não estará sozinha na feira. Mais 140 embarcações, que variam em tamanho e preço (de R$ 700 aos R$ 3 milhões do 560 Full), serão expostas junto a uma infinidade de produtos e bugigangas que fazem a cabeça dos aficionados do mundo náutico. O evento – que deve atrair mais de 50 mil visitantes e movimentar
R$ 130 milhões – também é visto como a abertura oficial do verão para a indústria náutica que no ano passado faturou US$ 295 milhões. Com uma frota de 560 mil barcos, o setor vive um bom momento no Brasil, especialmente com as exportações. Empresas como Shaefer Yachts, Fibrafort Boats, Hobie Cat e Real Power Boats, as quatro maiores, mandaram para fora do País este ano mais de 300 barcos. A Acobar, associação dos construtores de barcos, também espera aumento superior a 10% nas vendas internas neste final de 2004. O inverno mais rigoroso deste ano acabou fazendo com que muita gente adiasse a compra do barco.

Para quem sonha com um iate nos moldes do Intermarine, mas não tem cacife para comprá-lo, uma volta pelos mais de 200 estantes da feira náutica será suficiente para encontrar o modelo de barco que se adapta ao bolso. São pequenas embarcações para passeio ou esportes náuticos que custam praticamente menos que um carro básico. Há ainda os botes infláveis, cujos preços são bem mais em conta. Já o mercado de mergulho vai de vento em popa. Tanto que a feira dedicou um bom espaço para abrigar os expositores e o público desse segmento. O presidente da Associação Brasileira de Empresas de Mergulho calcula que cerca de 24 mil pessoas fazem cursos de mergulho no Brasil por ano. Os gastos com treinamento e equipamentos não ficam abaixo de R$ 850 por pessoa. Para as empresas, é um verdadeiro mergulho nos lucros.