03/06/2016 - 18:00
Servidores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devem entregar em até duas semanas perícia que investiga empresas suspeitas de receber dinheiro, mas de não ter prestado serviços à campanha da presidente afastada Dilma Rousseff em 2014. Já estão praticamente concluídas as apurações na Focal Confecção e Comunicação, que recebeu R$ 23,9 milhões para fazer material gráfico e montar palanques. Entre as diligências, foi pedido um extrato do consumo de energia elétrica da empresa durante o período em que os panfletos teriam sido impressos por ela.
Transmissão
Paralelamente às apurações do TSE, o Ministério Público Federal também investiga indícios de lavagem de dinheiro em relação às mesmas empresas. Entretanto, essas informações ainda não estão sendo compartilhadas com a Justiça Eleitoral, o que poderia dar mais profundidade ao processo investigatório.
“Volta, CGU”
Às vésperas da saída do ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, que aparece em gravações criticando a Lava Jato, servidores da antiga Controladoria-Geral da União planejavam uma ocupação pela volta da pasta original. Mas a ida de Torquato Jardim ainda não os acalmou. Ele foi recebido com protestos. Servidores já falam em greve e veem conflito de interesses na condução de acordos de leniência por ele ser ex-sócio do Siqueira Castro Advogados, que tem entre os clientes Odebrecht e Andrade Gutierrez.
Pop
Auxiliares de Dilma estão convencidos de que a imagem pública da presidente afastada sofreu uma reviravolta e que agora está muito mais positiva. Baseiam-se nos atos “contra o golpe” que ela participa e em relatos de políticos, especialmente os do Nordeste.
Pop 2
Dilma gostaria de contratar um instituto de pesquisa para aferir se essa sensação se confirma em números. Mas seus assessores descartam essa possibilidade, pois não há dinheiro – e pelo jeito nem amigos – para realizar este tipo de levantamento.
Flores de plástico
A presidente afastada, Dilma Rousseff, não está mais recebendo arranjos de flores naturais que antes enfeitavam todos os cantinhos do Palácio do Alvorada, a residência oficial da Presidência. O novo governo de Temer mandou cortar esses tipos de gastos.
Troféu decepção
O ministro da Advocacia Geral da União, Fábio Medina Osório, foi o “ganhador” do troféu decepção da Esplanada pelos colegas ministros. É considerado um titular sem “espírito de equipe” e impulsivo, que não consulta a equipe governamental para iniciativas polêmicas.
Por um fio
Para evitar novos desgastes com demissões açodadas, cresce no entorno de Temer a pressão pela saída de Henrique Eduardo Alves, ministro do Turismo. No último mês, a PGR pediu abertura de um inquérito contra ele no STF, por suspeita de corrupção. Temer, por enquanto, esta só ouvindo.
Troféu revelação
Temer estava impressionado com o desempenho do ministro Fernando Bezerra Coelho Filho, de Minas e Energia. Aos 32 anos, o presidente o considera organizado, estudioso e sempre com dados precisos. Mas o jovem falou besteira sobre a Petrobras na quinta 2.
No mesmo tom
O governo Temer detectou descoordenação entre os ministérios que têm relações com as Olimpíadas. A dois meses dos jogos, quer integração para evitar que cada pasta tome suas iniciativas de forma isolada. Na terça-feira 7, o governo fará uma reunião com Casa Civil, Esportes, Justiça, Saúde, Indústria e Comércio e Secretaria de Investimentos.
Toma lá dá cá
MINISTRO DO ESPORTE, LEONARDO PICCIANI
ISTOÉ – Qual é hoje o maior gargalo das Olimpíadas?
Picciani – A pouco mais de 60 dias, essa é a fase de detalhes nas organizações. As medidas necessárias já foram tomadas, há previsão orçamentária, as obras estão quase concluídas. O velódromo, que atrasou, será concluído até o fim do mês. Não há preocupações.
ISTOÉ – Como avalia o início do governo Temer?
Picciani – Dilma não conseguia, mesmo com esforço, reunir mais a sua base de apoio e ter vitórias importantes. Acho improvável o seu retorno, porque o Temer conseguiu algo muito positivo com a reorganização de uma base de sustentação, que tem avançado na tarefa de recuperar a credibilidade do país.
Rápidas
* O líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM), acionou a Justiça contra o ex-ministro Ciro Gomes e o delator da Lava Jato Sérgio Machado. Eles serão alvo de interpelação por acusarem o deputado de atos de corrupção e compra de votos.
* Contrariado com notinhas que o associam a escândalos de corrupção e questionam sua permanência à frente da Casa Civil, o ministro Geddel Vieira Lima tem dito que, desse jeito, terá de abrir processos contra jornalistas, o que evita.
* Repercutiu mal entre parte dos deputados da base de Temer a decisão do líder do governo, André Moura (PSC-SE), de quebrar o interstício regimental e acelerar a votação da DRU. Diziam que, ao agir isoladamente, o novato quase pôs tudo a perder.
* Atrás apenas do senador Marcelo Crivella (PRB) na briga pela prefeitura do Rio, o deputado Marcelo Freixo (PSOL) enfrentará uma oposição unida. PRB, PMDB e PSC tentarão associá-lo à imagem de “desordem” e aos black blocs de 2013.
Retrato falado
O presidente interino, Michel Temer, reuniu-se na última terça em um almoço com líderes governistas. Ele quis passar a mensagem de que suas ações de agora são pautadas para o exercício do governo até 2018. Parlamentares cobraram dele uma reação mais contundente contra o discurso de golpe vocalizado por Dilma. Temer prometeu que falará mais sobre isso em eventos, entrevistas e por suas redes sociais. Agora, Temer quer que a população pegue mais a essência do seu jeito.
Mãos ao alto
Um dos carros da frota da Presidência da República foi roubado no dia 26 no bairro Céu Azul (GO), no entorno do Distrito Federal. O motorista da Secretaria de Administração explicou à Polícia que parou o veículo para conversar com um amigo mecânico e foi rendido por dois assaltantes. Os bandidos levaram o Ford Focus e pertences. Dias depois, o carro foi recuperado.
Travados
Dado o volume de indicações feitas por cada pasta para substituir os cargos de confiança da gestão anterior, a nomeação de secretários está custando a sair. Alguns dos escolhidos trabalham em situação precária e até de graça. Para sair a autorização, tem que ter uma espécie de ficha limpa. Para ministro, não precisa.