Servidores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devem entregar em até duas semanas perícia que investiga empresas suspeitas de receber dinheiro, mas de não ter prestado serviços à campanha da presidente afastada Dilma Rousseff em 2014. Já estão praticamente concluídas as apurações na Focal Confecção e Comunicação, que recebeu R$ 23,9 milhões para fazer material gráfico e montar palanques. Entre as diligências, foi pedido um extrato do consumo de energia elétrica da empresa durante o período em que os panfletos teriam sido impressos por ela.

Transmissão
Paralelamente às apurações do TSE, o Ministério Público Federal também investiga indícios de lavagem de dinheiro em relação às mesmas empresas. Entretanto, essas informações ainda não estão sendo compartilhadas com a Justiça Eleitoral, o que poderia dar mais profundidade ao processo investigatório.

“Volta, CGU”
Às vésperas da saída do ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, que aparece em gravações criticando a Lava Jato, servidores da antiga Controladoria-Geral da União planejavam uma ocupação pela volta da pasta original. Mas a ida de Torquato Jardim ainda não os acalmou. Ele foi recebido com protestos. Servidores já falam em greve e veem conflito de interesses na condução de acordos de leniência por ele ser ex-sócio do Siqueira Castro Advogados, que tem entre os clientes Odebrecht e Andrade Gutierrez.

Pop
Auxiliares de Dilma estão convencidos de que a imagem pública da presidente afastada sofreu uma reviravolta e que agora está muito mais positiva. Baseiam-se nos atos “contra o golpe” que ela participa e em relatos de políticos, especialmente os do Nordeste.

Pop 2
Dilma gostaria de contratar um instituto de pesquisa para aferir se essa sensação se confirma em números. Mas seus assessores descartam essa possibilidade, pois não há dinheiro – e pelo jeito nem amigos – para realizar este tipo de levantamento.

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Flores de plástico
A presidente afastada, Dilma Rousseff, não está mais recebendo arranjos de flores naturais que antes enfeitavam todos os cantinhos do Palácio do Alvorada, a residência oficial da Presidência. O novo governo de Temer mandou cortar esses tipos de gastos.

Troféu decepção
O ministro da Advocacia Geral da União, Fábio Medina Osório, foi o “ganhador” do troféu decepção da Esplanada pelos colegas ministros. É considerado um titular sem “espírito de equipe” e impulsivo, que não consulta a equipe governamental para iniciativas polêmicas.

Por um fio
Para evitar novos desgastes com demissões açodadas, cresce no entorno de Temer a pressão pela saída de Henrique Eduardo Alves, ministro do Turismo. No último mês, a PGR pediu abertura de um inquérito contra ele no STF, por suspeita de corrupção. Temer, por enquanto, esta só ouvindo.

Troféu revelação
Temer estava impressionado com o desempenho do ministro Fernando Bezerra Coelho Filho, de Minas e Energia. Aos 32 anos, o presidente o considera organizado, estudioso e sempre com dados precisos. Mas o jovem falou besteira sobre a Petrobras na quinta 2.

No mesmo tom
O governo Temer detectou descoordenação entre os ministérios que têm relações com as Olimpíadas. A dois meses dos jogos, quer integração para evitar que cada pasta tome suas iniciativas de forma isolada. Na terça-feira 7, o governo fará uma reunião com Casa Civil, Esportes, Justiça, Saúde, Indústria e Comércio e Secretaria de Investimentos.

Toma lá dá cá
MINISTRO DO ESPORTE, LEONARDO PICCIANI

ISTOÉ – Qual é hoje o maior gargalo das Olimpíadas?
Picciani – A pouco mais de 60 dias, essa é a fase de detalhes nas organizações. As medidas necessárias já foram tomadas, há previsão orçamentária, as obras estão quase concluídas. O velódromo, que atrasou, será concluído até o fim do mês. Não há preocupações.

ISTOÉ – Como avalia o início do governo Temer?
Picciani – Dilma não conseguia, mesmo com esforço, reunir mais a sua base de apoio e ter vitórias importantes. Acho improvável o seu retorno, porque o Temer conseguiu algo muito positivo com a reorganização de uma base de sustentação, que tem avançado na tarefa de recuperar a credibilidade do país.

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Rápidas
* O líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM), acionou a Justiça contra o ex-ministro Ciro Gomes e o delator da Lava Jato Sérgio Machado. Eles serão alvo de interpelação por acusarem o deputado de atos de corrupção e compra de votos.

* Contrariado com notinhas que o associam a escândalos de corrupção e questionam sua permanência à frente da Casa Civil, o ministro Geddel Vieira Lima tem dito que, desse jeito, terá de abrir processos contra jornalistas, o que evita.


* Repercutiu mal entre parte dos deputados da base de Temer a decisão do líder do governo, André Moura (PSC-SE), de quebrar o interstício regimental e acelerar a votação da DRU. Diziam que, ao agir isoladamente, o novato quase pôs tudo a perder.

* Atrás apenas do senador Marcelo Crivella (PRB) na briga pela prefeitura do Rio, o deputado Marcelo Freixo (PSOL) enfrentará uma oposição unida. PRB, PMDB e PSC tentarão associá-lo à imagem de “desordem” e aos black blocs de 2013.

Retrato falado
O presidente interino, Michel Temer, reuniu-se na última terça em um almoço com líderes governistas. Ele quis passar a mensagem de que suas ações de agora são pautadas para o exercício do governo até 2018. Parlamentares cobraram dele uma reação mais contundente contra o discurso de golpe vocalizado por Dilma. Temer prometeu que falará mais sobre isso em eventos, entrevistas e por suas redes sociais. Agora, Temer quer que a população pegue mais a essência do seu jeito.

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Mãos ao alto
Um dos carros da frota da Presidência da República foi roubado no dia 26 no bairro Céu Azul (GO), no entorno do Distrito Federal. O motorista da Secretaria de Administração explicou à Polícia que parou o veículo para conversar com um amigo mecânico e foi rendido por dois assaltantes. Os bandidos levaram o Ford Focus e pertences. Dias depois, o carro foi recuperado.

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Travados
Dado o volume de indicações feitas por cada pasta para substituir os cargos de confiança da gestão anterior, a nomeação de secretários está custando a sair. Alguns dos escolhidos trabalham em situação precária e até de graça. Para sair a autorização, tem que ter uma espécie de ficha limpa. Para ministro, não precisa.

Colaboraram: Mel Bleil Gallo e Ary Filgueira


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